sexta-feira, 26 de novembro de 2010
canción de ira y esperanza
terça-feira, 9 de novembro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
I fell in love at the seaside
Senti o teu corpo, fresco como a brisa oceânica, umedecendo-me a pele num leve arrepio enquanto desfrutávamos daquela amena cumplicidade.
Um jogo. Uma brincadeira impensada. Uma peleja onde são os sonhos que explodem e arrebentam-se no tempo.
Serás o mar, e eu a areia; nossa sina.
Hoje o vento era de sul. Um vento satisfeito...
10/set/2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
still see you in bed
terça-feira, 17 de agosto de 2010
À Beira do Mar Aberto
e de novo então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que o teu corpo rejeita, bebendo teu mágico veneno porco que me ilumina e anoitece a cada dia, e passo a passo afundo nesse charco que não sei se é o grande conhecimento de nós ou o imenso engano de ti e de mim, nos afastamos depois cautelosos ao entardecer, e na solidão de cada um sei que tecemos lentos nossa próxima mentira, tão bem urdida que na manhã seguinte será como verdade pura e sorriremos amenos, [...]
e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba nem assim nem agora nem aqui ............................................................................................
caio f.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
deixa o vento soprar, let it be
domingo, 1 de agosto de 2010
menor que três.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
una mañana
Enfim tola.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
marulho
Impedir tua presença em minhas noites, acalenta minha vontade em recomeçar e deixar de sentir o que fora deixado por nós em estações passadas.
Não fingir que ainda dói acentua o sofrimento, então por que parar de dissimular quando ainda há tanta dor? Envolvo-me em minhas armadilhas para criar subterfúgios e acredito em minhas mentiras para que não enxergue a realidade que te mostra fugaz na reciprocidade do nosso amor. Acordo mudada e enumero as qualidades que não possuis e convenço-me, com um ar cansado e pouco resignado, que não penso mais em ti, para que assim consigas acreditar que já não sou mais a mesma nem choro de saudade. Mas tu sempre retornas com alguma desculpa; também vacila em tuas armadilhas e me perguntas sobre a razão, as notícias e a vida, e indaga por não sentires mais meu beijo nem meu calor. Tua voz tão doce e honesta me segura em um estado retesado, mas também me embala, e o que me importa se minha sobriedade reprova-me e bebo nesse ritmo desesperado apenas porque já não suporto esse não sofrer. E esse sofrimento que não sinto angustia meus dias, e me acomodo num colo congelado que em vão aqueço com saudade de sofrer. Retornas incansavelmente e não me deixa te curar, curar o amor cuja dor impediu-me de deixar-te. És tão cruel em tua existência pacífica que me acorda a ponto de desvelar o desespero que ficou quando parei de pensar em ti. Mexo meu cabelo e tangencio a conversa com irrelevâncias nervosas porque meu preparo não sustenta o impacto do golpe de te ver tão amado em minha frente, e violento-me com requintes de maldade por enxergar na expressão linda de teus olhos e de teus mistérios o boicotar da minha competição tão planejada e vencida. E não discorro mais sobre as pendências, não por indiferença, mas porque os prantos já foram gastos com tantos erros que é hora de fazer finalmente valer toda aquela desilusão sem saída. Então, para meu completo e final desespero, ainda retornas, já sem justificativas, e falas “olhos beijos amor carinho e saliva” e te respondo “porque me dói, coração, me dói o coração”, e meu colapso se confunde em tuas carícias e acabo entregue à dor que inventei para me machucar ao relento da covardia. Aquieto-me com meus machucados abertos sem que se possa tocá-los ou chorá-los, embaço o retrato com meus olhos molhados; sem enxergar e sem demora, procuro por teu retorno e não encontro, mas és tão franco e tão fraco, e eu tão segura com minhas poses e falas que já não acredito mais em ti e passo a hesitar.
A essa hora, não mais procuro com os olhos molhados de saudade. Sei e sempre soube que agora, na tua dor, eu haveria de ir embora.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
treino.
Contrapondo a realidade de quatro décadas atrás, a atual mocidade perdeu o gosto pela leitura. O interesse, agora voltado para a televisão e suas futilidades, nos leva a refletir sobre nosso passado, quando em meio ao regime militar liderado por Costa e Silva, um grupo de semelhantes lutava por seus direitos.
Talvez a última literária do Brasil, a Geração de 68 foi criada mais lendo do que vendo, segundo Zuenir Ventura em sua obra “1968 – O ano que não terminou”. Suas ideologias, feitas basicamente por livros, resultaram em uma adolescência altamente ligada à literatura, com um poder argumentativo muito forte. Esses jovens, inconformados e rebeldes, se inspiravam em obras como “O Diário” de Che Guevara para alcançar seus ideais. Os chamados “manuais”, muitas vezes, ao serem lançados no mercado tinham suas primeiras edições esgotadas em semanas, tamanha era a procura.
Decretado o Ato Institucional Número Cinco, e com ele a censura prévia, a televisão que antes era considerada um mero veículo de cobertura – que não concorria nem com o cinema nem com o teatro – começou a conquistar espaço e resultou numa grande arma de manipulação. A juventude perdeu forças e estímulo, tornou-se então desarticulada mediante a cultura autoritária.
Num breve retorno ao passado, entendemos o atual desinteresse pela literatura. Sequelas, sem soluções imediatas, foram deixadas pela ditadura militar, e com elas compreendemos a comodidade corrente diante dos problemas sociais que nos cercam. Embora ainda possamos, sutilmente, nos considerar a Geração AI-5, do ponto de vista literário, um incentivo gradual à leitura e escrita deve começar não só nas escolas, mas também na nossa maior referência: a família.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Anjos e Marujos
E se um dia tu acordasses com a estranha sensação de que perdeu o que nunca teve? Como se tivessem lhe arrancado da alma o que parecia ser tão certo?...
O apego foi inevitável, o convívio gerava uma inquietude da alma, e quanto mais compartilhávamos a vida mais desejo era avivado naquela nossa porção de juventude. Planos foram feitos, idealizados, sonhados, sem a idéia de fim; tudo era certo, mas tão certo quanto o erro de ser barco a motor e insistir em usar remos.
E se um dia eu acordar com a estranha sensação de que perdi o que nunca tive? Toca a sirene: pensamento incorreto. Eu o tive, talvez não da maneira como esperava, porém o tive de coração e opiniões, sem imagens, paradigmas ou hipocrisia. O tive o suficiente para aprender, para tomar consciência de mim, para saber o que me espera nesse mundo doido.
Minha avó costuma dizer que todas as pessoas passam na nossa vida com um propósito. Algumas são apenas anjos que nos sobrevoam, estudam e apontam a direção. São exatamente o que necessitamos naquele momento; não podemos exigir que fiquem - puro egoísmo! – afinal, sua missão em nossa vida já foi cumprida.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Les nuages
– De quem gostas mais?, diz lá, estrangeiro.
De teu pai, de tua mãe, de tua irmã ou do teu irmão?
- Não tenho pai, nem mãe, nem irmãos.
- Dos teus amigos?
- Eis uma palavra cujo sentido sempre ignorei.
- Da tua pátria?
- Não sei onde está situada.
- Da beleza?
- Amá-la-ia de boa vontade se a encontrasse.
- Do ouro?
- Odeio-o tanto quanto vós a Deus.
- Então que amas tu singular estrangeiro?
- Amo as nuvens… as nuvens que passam…
lá, ao longe…as maravilhosas nuvens!
[Charles Baudelaire, O Estrangeiro]
terça-feira, 9 de março de 2010
meu 17.
Os valores morais parecem ter sido deixados de lado ante a liberdade digital que vivemos; a compulsiva cobiça pelo dispensável já é corriqueira. Talvez pertençamos a uma geração que presencia um dos mais rápidos avanços tecnológicos da história e, ao analisar, percebemos que é com descuido que, muitas vezes, as novidades chegam a nós.
Não nos foram ensinadas maneiras corretas de utilização da internet, deixando assim - à escolha pessoal – usar como julgássemos interessante. Assim popularizaram-se as músicas em mp3: proporcionando um fácil acesso e visando difundir a cultura musical global onde, mesmo que ilegal, a praticidade e economia fizeram com que cada vez mais pessoas aderissem ao “donwload” pela internet. Por conseguinte, não tardou para que alguns se aproveitassem da oportunidade para lucrar – tirando assim o ganho das empresas responsáveis por esse meio.
Tão logo isso ocorreu, uma lei proibindo o “download” irregular foi criada, mesmo sob protesto de diversos músicos a fim de difundir seus trabalhos. O artista Humberto Gessinger fez um pronunciamento em nome da banda Engenheiros do Hawaii, onde disse ser contra a lei estipulada, pois essa prática era importante para o reconhecimento público. No entanto, a linha entre a pirataria e o consumo individual é tênue e deve ser avaliada com cuidado, afinal, não há como retroceder a modernidade, a qual se faz presente e mais útil a cada dia.
Contudo, é de extrema delicadeza eleger um culpado, visto que – neste país tão grande – a falta de conscientização e educação em relação ao novo assola o brasileiro