quarta-feira, 9 de junho de 2010

treino.

Contrapondo a realidade de quatro décadas atrás, a atual mocidade perdeu o gosto pela leitura. O interesse, agora voltado para a televisão e suas futilidades, nos leva a refletir sobre nosso passado, quando em meio ao regime militar liderado por Costa e Silva, um grupo de semelhantes lutava por seus direitos.

Talvez a última literária do Brasil, a Geração de 68 foi criada mais lendo do que vendo, segundo Zuenir Ventura em sua obra “1968 – O ano que não terminou”. Suas ideologias, feitas basicamente por livros, resultaram em uma adolescência altamente ligada à literatura, com um poder argumentativo muito forte. Esses jovens, inconformados e rebeldes, se inspiravam em obras como “O Diário” de Che Guevara para alcançar seus ideais. Os chamados “manuais”, muitas vezes, ao serem lançados no mercado tinham suas primeiras edições esgotadas em semanas, tamanha era a procura.

Decretado o Ato Institucional Número Cinco, e com ele a censura prévia, a televisão que antes era considerada um mero veículo de cobertura – que não concorria nem com o cinema nem com o teatro – começou a conquistar espaço e resultou numa grande arma de manipulação. A juventude perdeu forças e estímulo, tornou-se então desarticulada mediante a cultura autoritária.

Num breve retorno ao passado, entendemos o atual desinteresse pela literatura. Sequelas, sem soluções imediatas, foram deixadas pela ditadura militar, e com elas compreendemos a comodidade corrente diante dos problemas sociais que nos cercam. Embora ainda possamos, sutilmente, nos considerar a Geração AI-5, do ponto de vista literário, um incentivo gradual à leitura e escrita deve começar não só nas escolas, mas também na nossa maior referência: a família.

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